sexta-feira, fevereiro 22, 2008



Ontem, vários jovens relataram friamente terem atirado pedras e agredido ‘Gi’ com paus. “Fui eu que atirei uma pedra ao sobrolho e ela caiu”, disse Alberto, agora com 15 anos. De seguida, David contou que rasteirou a transexual e atirou-lhe com um barrote de quase dois metros.

Gisberta foi agredida diariamente em Fevereiro de 2006, enquanto vivia numa tenda improvisada, num parque de estacionamento abandonado no Campo 24 de Agosto, no Porto. Moribunda e com várias lesões, foi sucumbindo às feridas e investidas dos jovens que a gozavam, até que, segundo a autópsia, morreu por afogamento após ser lançada a um poço.

Ocultaram o corpo e não chamaram a ambulância porque não queriam ser “culpados”, disse Rúben aos juízes, acrescentando que fugiram do local “apesar de ser lógico que Gisberta precisava de auxílio”. As lesões, só por si, poderiam ter levado à morte de Gisberta “numa semana”, como voltou a sublinhar em tribunal o médico-legista.

Correio da Manhã 2008-02-08